Já vi camisas com vários patrocinadores, mas essa que o Potosí usou diante do Palmeiras superou todas as que vi juntas.
Tudo bem que os clubes precisem de dinheiro e a camisa é a maior visibilidade para ganhá-lo com patrocínios, mas a camisa do Potosí é exageradamente poluída.
Essa eu posso considerar a camisa mais feia que já vi no futebol. E pela cara de nosso amigo aí na foto, nem ele deve ter gostado.
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31 janeiro 2009
29 janeiro 2009
Futebol na farmácia
Já perdi a conta de quantas vezes as pessoas que não me conhecem olham para mim, mexem as sobrancelhas e perguntam: “você não é aquele rapaz que escreve no O Alto Uruguai?”. Das vezes que isso aconteceu, nenhuma me chamou mais a atenção do que o ocorrido na semana que passou, quando eu entrava numa farmácia, em Frederico. E para quem pensa que mulher não entende de futebol, confira o diálogo que ocorreu entre mim e uma senhora que saía do estabelecimento.
- É você que escreve sobre futebol no jornal, não é mesmo?
- Sim, sou eu.
- Parabéns pelas suas colunas. Não perco uma. – disse ela.
- Obrigado. Já somos dois, então. – brinquei.
- O que você me diz da última convocação do Dunga? – perguntou.
- Na verdade, as convocações do Dunga são sempre polêmicas. – respondi.
- O que você me diria de um trio de meio-de-campo com Ramires, Hernanes e Alex? – continuou ela.
- Três excelentes jogadores, todos em ótimas fases. Por quê? – respondi e questionei.
- Então como é que pode nenhum deles ser convocados, sendo que dois estiveram entre os três melhores do último Campeonato Brasileiro? – disparou.
- Pois é, também não compreendo. É como lhe falei, as convocações do Dunga são sempre polêmicas. – segui respondendo, ao mesmo tempo surpreso com tamanha facilidade dela em falar sobre futebol.
- Garanto que se jogassem no exterior eles seriam convocados. Depois ninguém entende o motivo dos atletas desejarem jogar fora do país... – complementou.
Despedimos-nos rapidamente e, em tom de brincadeira, perguntei se ela não gostaria de escrever sobre futebol, tamanha perfeição em suas colocações. Ela sorriu e disse que preferia continuar lendo minhas colunas.
Somente depois que entrei na farmácia é que me dei conta que não perguntei seu nome. Mas como ela disse que sempre lê o Papo de Bola, quero agradecer novamente suas palavras e dizer algo que esqueci naquele dia: até as mulheres, que muitos comentários machistas dizem que nada entendem de futebol, enxergam coisas que um treinador de Seleção Brasileira não consegue ver...
(Texto a ser publicado no jornal "O Alto Uruguai" de 31/01/2009)
- É você que escreve sobre futebol no jornal, não é mesmo?
- Sim, sou eu.
- Parabéns pelas suas colunas. Não perco uma. – disse ela.
- Obrigado. Já somos dois, então. – brinquei.
- O que você me diz da última convocação do Dunga? – perguntou.
- Na verdade, as convocações do Dunga são sempre polêmicas. – respondi.
- O que você me diria de um trio de meio-de-campo com Ramires, Hernanes e Alex? – continuou ela.
- Três excelentes jogadores, todos em ótimas fases. Por quê? – respondi e questionei.
- Então como é que pode nenhum deles ser convocados, sendo que dois estiveram entre os três melhores do último Campeonato Brasileiro? – disparou.
- Pois é, também não compreendo. É como lhe falei, as convocações do Dunga são sempre polêmicas. – segui respondendo, ao mesmo tempo surpreso com tamanha facilidade dela em falar sobre futebol.
- Garanto que se jogassem no exterior eles seriam convocados. Depois ninguém entende o motivo dos atletas desejarem jogar fora do país... – complementou.
Despedimos-nos rapidamente e, em tom de brincadeira, perguntei se ela não gostaria de escrever sobre futebol, tamanha perfeição em suas colocações. Ela sorriu e disse que preferia continuar lendo minhas colunas.
Somente depois que entrei na farmácia é que me dei conta que não perguntei seu nome. Mas como ela disse que sempre lê o Papo de Bola, quero agradecer novamente suas palavras e dizer algo que esqueci naquele dia: até as mulheres, que muitos comentários machistas dizem que nada entendem de futebol, enxergam coisas que um treinador de Seleção Brasileira não consegue ver...
(Texto a ser publicado no jornal "O Alto Uruguai" de 31/01/2009)
15 janeiro 2009
Eu queria ser o Kaká
É isso mesmo que você leu no título. Eu queria ser o Kaká. Rapaz boa pinta, educado, inteligente, bem sucedido na vida pessoal e profissional. E rico. Podre de rico. Não tenho nenhum pingo de inveja, eu juro. Apenas queria ser ele.
Ricardo, o nosso Kaká, já ganhou quase tudo o que podia conquistar em sua carreira. Foi campeão do mundo com a seleção em 2002, ganhou títulos de expressão como a Liga dos Campeões da Europa, foi campeão mundial de clubes, campeonato italiano, entre outros. Não conseguiu, porém, ser campeão brasileiro e nem da Copa do Brasil devido ao fato de ser vendido tão precocemente para o exterior, tamanha qualidade de seu futebol.
Kaká está numa verdadeira “sinuca de bico” de uns dias para cá. Recebeu uma proposta praticamente irrecusável para qualquer mortal, do Manchester City, da Inglaterra. O clube inglês ofereceu ao Milan cerca de R$ 330 milhões e, para Kaká, o nosso Ricardo, um valor aproximado de R$ 4 milhões por mês. Até o fechamento desta coluna, pelo menos, ele ainda não havia aceitado. E no seu caso o dinheiro não é o problema e nem o centro de tudo, até por que ganhar quase R$ 4 milhões por mês não pode ser considerado problema, evidentemente. Kaká pediu outras garantias, pensando não apenas em si, mas no clube, em um projeto e na sua profissão.
Kaká exige que o xeque árabe que comprou o Manchester City não venda o clube com a mesma facilidade que acontecia no mercado da bola até pouco tempo atrás, que as contratações sejam sempre ambiciosas, para fazer com que o clube esteja sempre disputando os principais títulos disponíveis e que, com essa estrutura, o City não caia para uma divisão inferior no país.
O que se pode entender nisso tudo? O dinheiro, que obviamente é a chave para que a negociação ocorra ou não, não é tudo. Kaká tem planejamento, profissionalismo e, acima de tudo, tem espírito de grupo, já que, se tiver sucesso, seus colegas também terão.
Kaká é o cara. Não é por acaso que uma recente pesquisa o escolheu o jogador mais querido do Brasil. As pessoas reconhecem não apenas dentro de campo, mas na vida. Ninguém é perfeito, nem mesmo Kaká, que é quase. Ah, como eu queria ser o Kaká...
Ricardo, o nosso Kaká, já ganhou quase tudo o que podia conquistar em sua carreira. Foi campeão do mundo com a seleção em 2002, ganhou títulos de expressão como a Liga dos Campeões da Europa, foi campeão mundial de clubes, campeonato italiano, entre outros. Não conseguiu, porém, ser campeão brasileiro e nem da Copa do Brasil devido ao fato de ser vendido tão precocemente para o exterior, tamanha qualidade de seu futebol.
Kaká está numa verdadeira “sinuca de bico” de uns dias para cá. Recebeu uma proposta praticamente irrecusável para qualquer mortal, do Manchester City, da Inglaterra. O clube inglês ofereceu ao Milan cerca de R$ 330 milhões e, para Kaká, o nosso Ricardo, um valor aproximado de R$ 4 milhões por mês. Até o fechamento desta coluna, pelo menos, ele ainda não havia aceitado. E no seu caso o dinheiro não é o problema e nem o centro de tudo, até por que ganhar quase R$ 4 milhões por mês não pode ser considerado problema, evidentemente. Kaká pediu outras garantias, pensando não apenas em si, mas no clube, em um projeto e na sua profissão.
Kaká exige que o xeque árabe que comprou o Manchester City não venda o clube com a mesma facilidade que acontecia no mercado da bola até pouco tempo atrás, que as contratações sejam sempre ambiciosas, para fazer com que o clube esteja sempre disputando os principais títulos disponíveis e que, com essa estrutura, o City não caia para uma divisão inferior no país.
O que se pode entender nisso tudo? O dinheiro, que obviamente é a chave para que a negociação ocorra ou não, não é tudo. Kaká tem planejamento, profissionalismo e, acima de tudo, tem espírito de grupo, já que, se tiver sucesso, seus colegas também terão.
Kaká é o cara. Não é por acaso que uma recente pesquisa o escolheu o jogador mais querido do Brasil. As pessoas reconhecem não apenas dentro de campo, mas na vida. Ninguém é perfeito, nem mesmo Kaká, que é quase. Ah, como eu queria ser o Kaká...
08 janeiro 2009
Show do Milhão
Quem não lembra do famoso Show do Milhão, apresentado por Silvio Santos? Eu era tão fã do programa que quase nunca perdia suas exibições. Era um programa que misturava tensão e conhecimento não apenas para o jogador como para nós, telespectadores. Ainda recordo de minhas ansiedades e suor nas mãos, na torcida para que o “patrão” ficasse R$ 1 milhão mais pobre (ou menos rico, como queiram).
Quem acompanhava o programa com frequência deve lembrar daquele senhor que chegou na última pergunta, a qual valia o prêmio máximo, e que derrapou na última curva, perdendo tudo o que até então havia conquistado. A pergunta era “quantas letras tem a frase escrita na bandeira do Brasil?”. Ao invés de responder corretamente que eram quinze letras, ele disse dezesseis, confundindo “ordem e progresso” com “ordem ou progresso”. Foi uma pena ele ter feito uma campanha brilhante, criado uma enorme expectativa não apenas para si, mas para muita gente, porém vindo a falhar na hora decisiva, quando menos podia.
Os gremistas se orgulham de ter feito um belo Brasileirão, mesmo sem o título. Em suas visões, conquistar vaga para a Libertadores era muito melhor do que ser campeão da Copa Sul-Americana. Do outro lado, os colorados se orgulham em conquistar uma competição que ninguém possui no Brasil e, segundo eles, é melhor ser campeão do que ter a possibilidade de conquistar um título que, por enquanto, de concreto, só existe mesmo a vaga.
Razão de um, razão de outro, ambos têm suas justificativas e, num ambiente de extrema rivalidade como no Rio Grande do Sul, melhor mesmo é deixar que cada um fique com a sua, sendo que ambas, mesmo não sendo concordadas, devem ser respeitadas.
A verdade mesmo é que nenhum dos dois poderá errar. O lado tricolor, ganhando uma Libertadores, provará que estava certo, enquanto que o lado vermelho tentará vencer algo “de peso” no ano de seu centenário, podendo comprovar a boa fase que se arrasta desde o final do ano passado por causa de sua inédita conquista. Errar será jogar pelo ralo todas as convicções e com certeza muito dinheiro. Como o nosso amigo do Show do Milhão...
Quem acompanhava o programa com frequência deve lembrar daquele senhor que chegou na última pergunta, a qual valia o prêmio máximo, e que derrapou na última curva, perdendo tudo o que até então havia conquistado. A pergunta era “quantas letras tem a frase escrita na bandeira do Brasil?”. Ao invés de responder corretamente que eram quinze letras, ele disse dezesseis, confundindo “ordem e progresso” com “ordem ou progresso”. Foi uma pena ele ter feito uma campanha brilhante, criado uma enorme expectativa não apenas para si, mas para muita gente, porém vindo a falhar na hora decisiva, quando menos podia.
Os gremistas se orgulham de ter feito um belo Brasileirão, mesmo sem o título. Em suas visões, conquistar vaga para a Libertadores era muito melhor do que ser campeão da Copa Sul-Americana. Do outro lado, os colorados se orgulham em conquistar uma competição que ninguém possui no Brasil e, segundo eles, é melhor ser campeão do que ter a possibilidade de conquistar um título que, por enquanto, de concreto, só existe mesmo a vaga.
Razão de um, razão de outro, ambos têm suas justificativas e, num ambiente de extrema rivalidade como no Rio Grande do Sul, melhor mesmo é deixar que cada um fique com a sua, sendo que ambas, mesmo não sendo concordadas, devem ser respeitadas.
A verdade mesmo é que nenhum dos dois poderá errar. O lado tricolor, ganhando uma Libertadores, provará que estava certo, enquanto que o lado vermelho tentará vencer algo “de peso” no ano de seu centenário, podendo comprovar a boa fase que se arrasta desde o final do ano passado por causa de sua inédita conquista. Errar será jogar pelo ralo todas as convicções e com certeza muito dinheiro. Como o nosso amigo do Show do Milhão...
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