30 outubro 2008

Indefinição total

O Grêmio precisa obrigatoriamente fazer seu dever de casa contra o Figueirense, neste domingo.

Fora de casa o Cruzeiro enfrenta o Goiás, enquanto que o Palmeiras visitará o Santos, jogos que na teoria (leiam bem, na teoria) ambos podem não vencer.

O Flamengo, três pontos a menos que os líderes, joga no Rio de Janeiro contra a Portuguesa e tem grandes chances de somar três pontos.

Entretanto, o São Paulo candidata-se oficialmente ao título e hoje é o maior concorrente do Grêmio.

Indefinição total.

Quem ajuda quem?

A semana está sendo de intensos comentários sobre uma questão: O Inter deve entregar o jogo para o São Paulo neste domingo, objetivando prejudicar o Grêmio na reta final do Brasileirão? Foram pesquisas interativas em sites na internet, em duas grandes rádios de Porto Alegre nos mais diversos programas esportivos delas, enfim.

Sinceramente acho uma grande besteira um fato desse tipo ter sido tão relevante assim por uma semana inteira. Em primeiro lugar, o São Paulo luta com todas as forças pelo título e, jogando em casa, nada mais natural um esforço para tentar somar pontos e chegar à meta. Além disso, enfrentará um Inter de desempenho ridículo na competição atuando fora de casa, o qual em seguida enfrentará o Boca Juniors na Bombonera, brigando por vaga às semifinais da Copa Sul Americana.

Outro fato que poucos comentaram, mas que é o mais óbvio de todos: para quê o Grêmio necessitaria de ajuda do maior rival se o clube depende unicamente de si para poder ser campeão? Mesmo estando junto com o São Paulo hoje, ainda tem a liderança pelo número de vitórias. Se o Grêmio tropeçar e não conseguir o título a culpa será exclusivamente do próprio grupo e não por motivo de este ou aquele não ter vencido seu concorrente direto.

Grêmio e Inter, mesmo sendo em competições diferentes, possuem a mesma tarefa, que é depender apenas de suas forças para serem campeões. O Grêmio, do Brasileirão, o Inter da Copa Sul Americana, que foi o que sobrou. O resto é coisa da imprensa, que usa sua criatividade para promover a eternamente e ardente rivalidade.

Eletrizante

Em uma rodada tudo dá certo para um clube, na rodada seguinte tudo ocorre perfeito para outro e assim segue o Brasileirão.

A tendência será chegarmos à última rodada com a competição completamente eletrizante, principalmente na disputa do título.

Que todos estejam bem preparados, tanto torcedores como secadores.

Tudo errado

De que adiantam treinos fechados se na partida o time sofre gol com quatorze segundos? Por que iniciar o jogo no esquema 3-6-1 e na metade do primeiro tempo, por motivo de lesão, mudar para o 4-4-2, sendo que até o momento o clube é líder da competição tendo jogado na grande maioria das vezes em um competente 3-5-2?

Algumas perguntas básicas que podem ser feitas após uma quarta-feira onde tudo deu errado para o Grêmio diante do Cruzeiro.

Na real

Espera-se que todos no Inter tenham caído na real e estejam cientes de que não há mais nada a fazer no Brasileirão.

Após o frustrante empate diante do Náutico, o clube tem que direcionar seu foco exclusivamente na Copa Sul Americana, importando-se apenas consigo mesmo, independente se isso beneficiará ou prejudicará esse ou aquele time na competição nacional.

Ser campeão da Sul Americana é só o que deve interessar.

23 outubro 2008

Suposições

Em sociedade com um amigo, jogo na Dupla Sena um cartão que comporta três apostas e nunca mudamos os números. O coitado do cartão já está todo amassado, judiado, dobrado. Mas está ali, firme e forte, esperando um dia nos dar uma tremenda alegria.

Dias atrás, das seis dezenas que apostamos, cinco delas foram sorteadas. Mas foram sorteadas na Mega-Sena, loteria que não fizemos a aposta. Se a aposta fosse realizada na Mega Sena, teríamos ganhado cerca de R$ 11 mil. Mas como o “se” nunca nos remete a algo concreto, ficamos sem os “trocados” e mal humorados. Se você não acredita, ainda tenho os cartões para provar.

“Se” tivesse acontecido isso, “se” tivesse acontecido aquilo... Algumas vezes ficamos na dependência de fatores do acaso, sem observar se poderíamos ter feito algo para que as coisas pudessem acontecer de maneira diferente. Noto colorados lamentando o péssimo primeiro turno do time, dizendo que “se” o time tivesse vencido Figueirense, Santos e Sport jogando no Beira-Rio, estaria hoje no G4. Dos nove pontos que poderia ter feito ali, somou apenas dois. Algo parecido acontece com o Grêmio. “Se” o time tivesse conseguido manter o aproveitamento do primeiro turno, já estaria com uma mão na taça. “Se” não tivesse ocorrido o problema de Celso Roth com a Polícia Federal e “se” a política interna não tivesse interferido, o clube poderia estar mais distante dos demais. Menos mal que segue na liderança.

Muitas situações que contribuem (ou prejudicam) estão ligadas aos rumos que são dados para as mesmas, seja no futebol, seja na vida. “Se” o Inter tivesse se preparado psicologicamente para não ser o vencedor da Copa do Brasil, talvez tivesse realizado um bom primeiro turno no Brasileirão. “Se” o foco do Tricolor não tivesse mudado de direção nos últimos dias, o clube poderia ter se distanciado de sua concorrência na disputa pelo título. Assim como a nossa aposta, “se” tivéssemos feito na Mega e não na Dupla Sena...

16 outubro 2008

Raiva histórica

No distante 1835, quando nos destacávamos na economia interna através de diversos produtos, entre eles o couro e o charque, “o povo lá de cima” conseguiu tirar nossos ancestrais do sério oferecendo vários benefícios ao charque estrangeiro, o qual ficou com um custo inferior ao nosso, originando uma revolta interna muito grande, fato que deu início à Revolução Farroupilha. Em 1836 foi proclamada a República Rio-Grandense, quando foi tentado a todo o custo o separatismo do Brasil. Ah, se eles tivessem conseguido...

Por que o “povo lá de cima” tem tanta raiva de gaúcho? O que fizemos de mal para sermos tão massacrados por suas leis, as quais deveriam ser iguais para todos, mas até mesmo um poste sabe que isso não ocorre?

Historicamente sempre foi assim. Eles nos vêem como inferiores e ai de nós se tentarmos nos sobressair em qualquer área que seja. Lá estará alguém pronto para acabar com nossa alegria, puxar nosso tapete, não permitindo que estufemos o peito para dizer que somos destaques. Para eles, temos que estar sempre abaixo e não há discussão.

Há momentos que me pergunto sobre o fato de termos títulos de expressão como três Libertadores, cinco Brasileirões, dois Mundiais e por aí vai... Quem será que foi o incompetente “lá de cima” que deixou isso acontecer? Será que essa pessoa foi à forca, guilhotina ou algo parecido por ter permitido que conseguíssemos chegar aonde eles jamais imaginavam que um dia chegaríamos?

É inevitável a comparação. Em 2005 o Inter foi escandalosamente furtado e o que vimos foi apenas uma indignação geral, aquela que fica somente no sentimento e não na prática. Agora aconteceu com o Grêmio, novamente de forma covarde e suja. Para eles, não temos direito de ser felizes. Eles devem se perguntar sobre como temos a petulância e o atrevimento em querer ganhar? Eles acham que uma vaga para a Libertadores – sem o título anexado – nos contenta e que no máximo é assim que deve ser.

O Grêmio entrou com recurso, o qual foi acatado. Entretanto, é bom ficarmos de olho nas próximas arbitragens, pois ali ainda pode acontecer alguma coisa. Dois fatos, porém, são irreversíveis. O primeiro, de que a insinuação de armação já se espalhou e a repercussão foi a pior possível, diminuindo a credibilidade do STJD, se é que ela ainda existe. O segundo, de que a cada dia que passa, apesar de toda essa raiva histórica, é um orgulho ainda maior poder dizer que somos gaúchos.

Exemplo

Guiñazu é exemplo a ser seguido.

É aquele caso de uma criança que sempre sonhou em ser jogador de futebol e, quando chega ao objetivo, faz seu trabalho com dedicação vista em poucos atletas nos dias de hoje. Há pouco tempo recusou uma proposta milionária do futebol do Oriente Médio e, como se nada tivesse acontecido, treinava e jogava com a mesma determinação.

Tanto na qualidade dentro de campo como no profissionalismo, que pena que o futebol não tenha mais “Guiñazus” espalhados por aí.

Foto: Zero Hora

09 outubro 2008

Catequese e Serviço Militar

Quando criança, detestava ir à catequese. Estudava pela manhã e uma hora por semana, na parte da tarde, tinha em minha “agenda” o compromisso com o aprendizado da doutrina da Igreja. Não sei se meu desgosto era por motivo de ser obrigado a ir ou se por que ela tomava meu tempo no lugar de sair brincar, jogar futebol, enfim. Mas quero aproveitar para citar que se alguma criança estiver lendo esse texto, que fique bem claro meu arrependimento em ter detestado ir à catequese. Hoje, adulto, reconheço a importância que ela teve em iniciar minha vida religiosa. Portanto, crianças, não sigam meu antigo exemplo de irritação, ok?

Já na vida adulta, acabei não servindo o Serviço Militar. Não sei em que sentido o quartel poderia ter mudado meu destino, mas escutei muita gente dizer que ele foi uma lição de vida para todo o sempre. Ao mesmo tempo, conheço pessoas que contam ter sido o pior momento de suas vidas. Mas cada um com seus exemplos, os quais temos que respeitar. Ficarei com a curiosidade, já que o tempo não volta mais.

Quando li sobre o regime intenso de concentração que a direção do Grêmio havia armado objetivando vencer seus dois jogos seguidos em casa, fui radicalmente contra. E minha justificativa era de que até então o time liderava o campeonato sem ter precisado disso. Família, lazer e tempo livre ficaram em segundo plano. O foco era total nas partidas contra Botafogo e Santos, onde somente os seis pontos interessavam.

Assim como hoje reconheço que errei ao detestar a catequese, tenho que admitir que a ação da direção gremista foi correta, já que as vitórias haviam se afastado e ainda teve a goleada sofrida no Gre-Nal, fatores que pesaram para esse planejamento urgente. O time acabou vencendo os dois jogos e trouxe na carona a liderança isolada, a qual havia sido perdida nos recentes tropeços.

O grupo agora, mais tranqüilo, poderá recuperar jogadores suspensos e lesionados para as rodadas finais. Aliás, preparem-se para as muitas (muitas mesmo) emoções que estarão por vir. A disputa pelo título do Brasileirão tende a pegar fogo, amigos.