29 maio 2008

Cutucando a onça

Se existe uma coisa que não esqueço foi um banho de bola que tomamos de outro time quando eu tinha meus 11, 12 anos. Não recordo exatamente minha idade, mas o banho de bola que levamos foi inesquecível. Foi um banho “tão banho” que até hoje me sinto úmido por causa daquela simples partida.

Jogávamos bola em nosso campinho diariamente. Até que um dia apareceram uns seis, sete meninos de pés descalços e sem camisa, com uma bola, pedindo para jogar contra nós. Caímos em gargalhadas. Como se atreviam? Nós, de meiões, Kichute (lembram do Kichute?), como poderíamos perder para eles? É claro que aceitamos o desafio e os enfrentamos. Conhecíamos eles, até porque em cidade pequena, quem não conhece alguém? Mas não sabíamos se jogavam bem ou não. E fomos tranqüilos para o confronto.

Pois “cutucamos a onça com vara curta”. Aqueles meninos descalços e sem camisas, que pouco tempo antes foram motivo de risos por nossa turma, aplicaram uma goleada em nosso time. Quando tentamos anotar a placa, eles já haviam nos atropelado. E que ótimo foi ter acontecido aquilo. Certas coisas que acontecem em nosso tempo de criança acabam sendo uma lição de vida muito interessante.

Na primeira partida da final da Libertadores do ano passado, na Bombonera, Mano Menezes teve uma rápida discussão com Riquelme. Essas discussões normais de futebol... Em um de seus maiores erros na carreira, Mano disse três trágicas palavras ao jogador argentino: “Vai jogar bola”. Neste exato momento houve uma combinação de talento, inteligência, sangue e raça e deu no que deu: a partir daquele instante, Riquelme começava a decidir a Libertadores.

Boca e Fluminense, quarta-feira. A partida estava empatada em 1 a 1, quando houve uma falta para o time argentino. Riquelme reclamou quatro vezes da barreira. Reclamou tanto que o árbitro o puniu com cartão amarelo. O árbitro provocou Riquelme. Na cobrança da falta, preciso dizer o que aconteceu?

Para encurtarmos a história, uma dica: não provoquem Juan Román Riquelme. Quanto mais ele é provocado, melhor será sua resposta. Assim como nossos adversários, naquele campinho, quando acabaram com a nossa graça.

Melancolia

O ruim de termos Grêmio e Inter fora de competições como Copa do Brasil ou Libertadores é o vazio que habita entre nós. Se falarmos de um jogo do final de semana passado já estamos distantes e se citarmos as poucas novidades da semana para os próximos jogos, pouco é animador.

Mas o pior mesmo é tentar se habituar à melancolia, apenas vendo os outros disputando “as cabeças” das grandes competições

Cobiça estrangeira

Recém desacreditado, o Grêmio aparece na vitrine para vender jogadores à Europa.

Rafael Carioca, 18 anos, e o capitão Léo, com 20, já são alvos de cobiça dos ricaços lá de fora. É a nossa realidade, infelizmente.

O clube ganha dinheiro, mas as recomposições de elenco nem sempre são garantidas em termos de qualidade.

Meio recomposto

Finalmente o meio-campo colorado volta ao normal. Edinho, Guiñazu e Magrão atestam segurança na marcação e tranqüilidade para Alex armar e atuar mais perto do ataque, ao lado de Fernandão e Nilmar. Ataque que vem devendo bastante.

Extremos

Pelo Brasileirão, enquanto o Grêmio vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Vasco, eliminado da Copa do Brasil e que jogará completo, o Inter recebe o Sport, classificado para a final da competição e possivelmente poupando alguns titulares.

Mas há mais diferenças por aí: o Grêmio enfrentará um Vasco cabisbaixo e deprimido e o Inter um Sport motivado e em ótima fase. São os extremos que a Copa do Brasil propiciou no meio da semana.

22 maio 2008

Um péssimo cozinheiro

Sou um desastre na cozinha. Um desastre completo, cinco estrelas. As únicas coisas que sei fazer na cozinha são as refeições e abrir/fechar a geladeira. Nada mais do que isso. Quem pedir para que eu prepare um prato está cometendo um sério risco de comprometer sua saúde.

Vou contar uma experiência que tive ao tentar aprender a cozinhar. Algum tempo atrás resolvi propôr à minha patrôa que me ajudasse a fazer um almoço de sábado. Ao ouvir meu pedido, ela teve vontade de correr ao telefone para chamar um médico, já que imaginou que eu pudesse estar delirando.

Consegui convencê-la de que eu estava em perfeito estado de saúde. Já foi o primeiro passo. O passo mais fácil, diga-se de passagem. A sequência seria mais complicada, já que eu estaria testando minha paciência junto com algo que nunca sonhei em gostar de fazer. Mas arregacei as mangas e fui ao batente.

Lógico que não vou pagar mico e dizer que prato era, muito menos se deu certo ou não. O resumo da história é que considero muito mais fácil escalar a Hungria de 1954 do que propriamente pilotar um fogão.

Trabalhar em pressão e ter a paciência sempre sendo testada é algo que jamais eu iria aceitar. Não sei até onde minha saúde toleraria. Por isso, mesmo tendo lá seus defeitos, admiro Celso Roth. Não falo sobre atuar como treinador, mas sim como ser humano.

Constantemente com seu equilíbrio emocional sendo testado por pressão de torcedores e repórteres em qulaquer clube que dirija, Roth está ali, de pé, sempre pronto a encarar. Sinceramente não sou admirador de seu trabalho, mas tiro o chapéu por sua paciência e capacidade de enfrentar diários tornados psicológicos.

15 maio 2008

Arroz com galinha

Odeio arroz com galinha. Posso estar com a maior fome do mundo, com a extrema necessidade de ter que me alimentar, mas esse prato não combina comigo. Não nasci para comer arroz com galinha.

Não me perguntem o porquê disso. Simplesmente não desce. Se alguém me convida para um almoço ou jantar e o prato for arroz com galinha, na maior das considerações e amizade, aceito. Mas com aquele pensamento de procurar comer muito pão, salada e o que mais tiver à mesa, já que a comida principal não é compatível comigo.

Claro que para gostar ou não de um tipo de comida, no mínimo você deve experimentá-lo. É óbvio que já comi arroz com galinha. Mas é uma mistura que não fecha comigo. Tento comer, confesso. Mastigo, sinto o gosto do tempero, da galinha caipira no ponto, do arroz bem cozinhado, mas não adianta. Me sinto frustrado por isso, até por que eu poderia ao menos valorizar quem prepara a refeição. Mas infelizmente não dá...

Enfim, cheguei à conclusão que a combinação arroz com galinha não nasceu para mim, assim como a Copa do Brasil não foi feita para o Inter. Mesmo que o clube tenha experimentado o sabor desse título uma vez, também já experimentei o prato citado. Mas não adianta. Da mesma maneira que ao tentar saborear o prato eu chego perto e não consigo, assim é o Inter na Copa do Brasil.

11 maio 2008

Brasileirão - Balanço da 1ª Rodada

Dentro do Normal:

- Vitória do Cruzeiro diante do Vitória;
- Vitória do Náutico diante do Goiás;
- Vitória do Atlético-PR contra o Ipatinga;
- Vitória do Inter contra o Vasco;
- Vitória do Botafogo diante do Sport;
- Empate entre Atlético-MG e Fluminense;
- Empate entre Portuguesa e Figueirense;
- Vitória do Flamengo contra o Santos.

Surpresas:

- Vitória do Grêmio contra o São Paulo, no Morumbi;
- Vitória do Coritiba contra o Palmeiras;

Sobre os gaúchos

- O Grêmio, totalmente desacreditado e pressionado após os recentes fracassos no Gauchão e na Copa do Brasil, teoricamente teria poucas chances contra o SP.
- Excelente a vitória do Inter, atuando com reservas e alguns jogadores que nem sequer eram relacionados para atuar. Além disso, o clube quebrou o tabu de 10 anos sem estrear com vitória no Brasileirão.

De forma geral...

- Se não se reforçarem, Ipatinga e Vitória nem bem "esquentarão" na Série A e logo retornarão à Segundona. Mesmo caminho poderá ser o do Goiás, que possui um de seus times mais fracos dos últimos anos.

- Com vários times preocupados com Libertadores e Copa do Brasil, a competição iniciou desfalcada de bons jogadores. Mas todo ano é assim. As prioridades são escolhidas por uns, enquanto que outros aproveitam para somar pontos.

- Logicamente que em apenas uma rodada não se pode prever muita coisa, até porque o Brasileirão é longo. Além do mais, nas janelas européias no meio do ano, vários times deverão mudar sua cara. Perdendo ou trazendo jogadores.

08 maio 2008

O garanhão milionário

Sabe aquele cara que se encontrou com uma baita atriz de novela e ela de imediato o convidou para um final de semana em sua casa na praia? Pois ele “mandou tão bem” que a atriz acabou espalhando para suas colegas de trabalho sobre o tal homem. Como em um passe de mágica, ele começou a sair com várias famosas em dias devidamente agendados.

Depois de passar uns dois meses nesta vida de rei, foi convidado por uma de suas “amigas” a fazer um teste de ator, pois, segundo ela, o garanhão levava jeito para a profissão. Fez o teste, passou e começou a atuar na novela das 8 (ou das 9), no horário nobre da TV brasileira.

Mas ele acabou cansando logo da profissão e resolveu juntar dinheiro para abrir sua própria empresa e trabalhar naquilo que realmente gostava. Mas nosso amigo tinha um sério vício: o jogo. Acabou usando boa parte de suas economias em um bolão da Mega-Sena, já que o prêmio estava acumulado. E não é que o cara acertou sozinho e ficou milionário?

Fiquei pensando muito, mas muito mesmo, sobre o que poderia escrever referente à histórica e humilhante goleada do Inter sobre o Juventude, por 8 a 1. Esse placar, da mesma forma que o “conto de fadas” acima, só pode mesmo ser levado à sério para quem realmente viu o acontecido. Quem não viu, não escutou ou não leu sobre o fato, duvido que acredite em uma só palavra.

Parabéns aos colorados pela conquista do Gauchão. Título mais do que justo e incontestável.

Pressão

Era visto que qualquer jogo pós-eliminações de Gauchão e Copa do Brasil seria em forma de pressão para os dirigentes gremistas e, principalmente, para Celso Roth.

Não sei se o Grêmio resolveu esperar os finais dos Estaduais para encontrar outro comandante ou se o clube preferiu simplesmente manter o treinador.

Não lembro de ter visto um treinador estar ameaçado antes mesmo de uma competição iniciar. No Grêmio, isso incrivelmente está acontecendo e a demissão de Roth representa ser uma mera questão de tempo.

01 maio 2008

Olha a onça!

Dois caçadores estavam na mata, quando escutaram um rugido. Como não poderia deixar de ser, se olharam, assustados. Já previam que aquele barulho era sinal de que boa coisa não era. Andaram mais um pouco e o rugido aumentava, parecendo que, sabe-se lá o que viria, estava cada vez mais perto.

E foi que se depararam com uma onça pintada. Começaram uma corrida desenfreada atrás de abrigo, proteção e, mais do que tudo, sobrevivência. Faminto, o animal começou a persegui-los.

Ambos estavam usando botas de borracha. Ainda com tempo, um dos caçadores teve a idéia de se livrar das botas. Tirou um pé, tropeçou, levantou, tirou o outro e seguiu a corrida.

– Não adianta você tirar as botas. Não conseguiremos correr mais do que ela – gritou, exausto, o seu amigo.

– Mas eu não preciso correr mais do que ela. Preciso correr mais do que você – finalizou o “amigo” de pés descalços, tomando a dianteira na corrida pela vida.

Quem “correrá mais do que a onça”? Inter ou Juventude? Qual dos dois irá sobreviver ao final do Gauchão 2008?

As respostas começam a ser desvendadas neste domingo, a partir das 16 horas.

Tudo ou nada

Na quarta, o Juventude disputava sua vaga à próxima fase da Copa do Brasil e a torcida pensava na final do Gauchão. Entendo a preferência dada pelo time da Serra (e torcedores) ao Gauchão, mas eliminar o Corinthians de Alagoas na competição nacional era obrigatório.

E se o Juventude ficar sem o título gaúcho, além de ter perdido uma bela quantia de dinheiro que a Copa do Brasil o reservaria para as fases seguintes?

A conquista do possível título gaúcho poderá ocorrer, mas há riscos. Enquanto que o dinheiro da Copa do Brasil já era.

Amistoso do Grêmio

Acompanhei o amistoso entre Grêmio e Ypiranga.

O time de Erechim mostrou que tem condições de voltar à elite do futebol gaúcho no próximo ano, já que vem muito bem na Segundona atual. E isso valorizou a vitória do Grêmio, que jogou uma partida difícil em pelo menos dois terços do confronto. Lógico que no Brasileirão as dificuldades serão imensamente maiores, além de que o time precisa de reforços com urgência, mas o Tricolor levou a sério a partida e isso deu ritmo aos jogadores.

Neste sábado mais um jogo difícil, contra o Avaí, em SC.

Super quarta !!!

Cheguei em casa por volta de 17.20 da tarde. Consegui acompanhar os 10 minutos finais de Chelsea e Liverpool, além de toda a prorrogação. Antes, acompanhava minuto a minuto em meu computador, no trabalho.

Após o final da partida, já estávamos com 15 minutos de Boca e Cruzeiro, quando o time argentino já vencia por 1 a 0. Assisti todo o jogo para, na sequência, acompanhar América-MEX e Flamengo, simultaneamente com San Lorenzo e River Plate.

Lógico que tem que sobrar um tempo para banho e lanche, os quais fiz no intervalo dessas partidas.

Depois, os jogos das 21.45 e 22 horas, quando acompanhei tudo ao mesmo tempo (com ajuda da Rádio Gaúcha, lógico), os jogos da Copa do Brasil e Libertadores.

Que grande quarta-feira. Quase sete horas de futebol...