Eram jogados 36 minutos do segundo tempo. Até ali, o Brasil aplicava um banho de bola diante da Argentina. Abusamos – mas abusamos mesmo – de perder gols, cansamos de fazer belas jogadas que não acabaram em bola na rede e, em um fatídico lance, Maradona deixou Caniggia na cara de Taffarel para, com calma, driblar nosso goleiro e decretar 1 a 0 para eles. Nem precisaria lembrar o que todos sabemos: oitavas-de-final da Copa do Mundo da Itália, em 1990.
Depois daquela precoce eliminação, apenas uma pessoa foi culpada, massacrada e injustiçada: Dunga. Recordo-me de quase tudo daquele jogo. Os que injustiçaram somente Dunga não lembraram que, no lance do gol, além do volante, também Alemão e Ricardo Gomes poderiam ter “matado” a jogada de Maradona. Também não lembraram que, aos 42 do segundo tempo, somente com o goleiro à sua frente, Muller deu um chute bisonho para fora, deixando de empatar o jogo. Essa mesma turma também não lembrou que no banco de reservas havia um treinador fraco chamado Sebastião Lazaroni. E, assim, aquela geração ficou batizada como a “Era Dunga”.
O tempo, sabemos, é o senhor da razão. Além disso, também sabemos, o mundo dá voltas. Quem um dia não prestou acabou adquirindo o respeito de todos. Quem daqueles que só faltou apedrejar Dunga imaginava que, quatro anos mais tarde, o volante, como capitão da Seleção, levantaria a taça de campeão do mundo? Pois é...
Nesta semana, numa entrevista sincera e emocionante, Dunga comentou sobre a Seleção atual, soltou para fora tudo o que havia passado no futebol e, na parte mais tocante, se rendeu ao coração. Disse que jamais iria fraquejar diante de qualquer tipo de pressão no cargo e na vida e que se espelha muito em sua mãe, que está diariamente ao lado de seu pai, o qual há oito anos sofre de Alzheimer. Para Dunga, nenhuma pressão é maior do que a pressão que sua mãe sofre. E aguenta.
Dunga pode não ser o treinador dos sonhos dos brasileiros apaixonados pela Seleção. Posso ser bairrista, mas boa parte dessa rejeição se dá pelo fato de Dunga ser gaúcho, até por que seus resultados são convincentes: ganhamos a Copa América jogando desfalcados e goleamos a completa Argentina, a qual, anteriormente em amistoso, também goleamos. Nas atuais Eliminatórias estamos em segundo lugar, apenas atrás do Paraguai. Vencemos dois amistosos importantes recentemente, quando goleamos Portugal e nos impusemos diante da Itália, atual campeã mundial. E no futebol o que importa são os resultados. O resto é marketing.
Dunga merece nossa confiança e, mais do que tudo, nosso respeito. Mesmo que não se concorde com sua pessoa em um dos cargos mais cobiçados do mundo do futebol, devemos apoiá-lo, pois, é sempre bom lembrar, estamos todos no mesmo time.
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26 março 2009
23 março 2009
Ainda a Premiere League
Era prevista a vitória do Liverpool no Anfield diante do Aston Villa, mas a goleada animou ainda mais os torcedores dos Reds na "caça" ao Manchester United.
Apesar de o Manchester ainda ter um jogo a menos, o time da terra dos Beatles encostou no líder e pôs mais emoção à competição.
E, repetindo o que já fora citado antes, quem ganha com tudo isso somos nós, apaixonados pela maior liga de futebol do mundo.
21 março 2009
Premiere League emocionante
O Manchester United foi derrotado pelo Fulham, fora de casa, por 2 a 0. Não jogou bem. Aliás, a pouca parte do jogo que esteve melhor que o adversário, parou no goleiro Schwarzer.
O Chelsea, que poderia aproveitar a derrapada do rival e encostar no líder, também foi derrotado fora de casa, pelo Tottenham, por 1 a 0.
As emoções da rodada ainda não terminaram. Amanhã, dentro de casa, os Reds enfrentam o Aston Villa e, se vencer, ficará a apenas um ponto do Manchester, que ainda possui uma partida a menos por motivo do Mundial de Clubes, em dezembro passado.
Quem ganha com tudo isso é quem aprecia a Premiere League, que vê a competição se aproximar da reta final repleta de emoções.
Classificação atual, após os jogos deste sábado:
1- Manchester United ........... 65 p - 29 j
2- Chelsea......................... 61 p - 30 j
3- Liverpool (joga amanhã)...... 61 p - 29 j
Minha nova aquisição
Simpatizante do Liverpool há muito tempo (não me perguntem o porquê, mas muito provavelmente por causa dos Beatles), comprei hoje a camisa oficial do time.
Já que meu Real Madrid foi eliminado da Uefa Champions League, por coincidência pelo próprio Liverpool, ficará aos Reds minha torcida de agora em diante.
Na foto acima, o presente que eu mesmo me dei.
20 março 2009
Tampinhas nos joelhos
Agradeço a Deus por não vivido no tempo em que os castigos para quem aprontava dentro de uma sala de aula eram ficar ajoelhados diante de duas assustadoras tampas de garrafas, com suas “garras” apontadas para cima, loucamente ansiosas para saciar sua fome de maldade nos pequenos pedaços de carnes e ossos que ali iriam ser apertados por algum tempo.
Fico imaginando toda a cena: a criança cometia alguma desobediência como brigar com um colega, ofender um professor, quebrar alguma vidraça ou azucrinar dentro da sala e lá estavam as tampinhas esperando para a vingança.
Não sei se aquele tempo era bom, até por que não podemos dizer que “estacionar” os preciosos joelhos diante de duas poderosas tampas de garrafas possa ser considerado bom, mas a grande verdade é que quem passou por isso acabou trazendo a lição para o resto de sua vida e, possivelmente na época, ou parou de aprontar, ou aprontou menos. A intensidade da dor das marcas das tampas nos joelhos e a humilhação diante de todos é que iria medir isso.
A tendência é que Taison terá um futuro excelente no futebol. Porém, ele merecia ficar uns dez minutos ajoelhado em duas tampinhas de garrafas pela má atitude do último jogo do Inter. O jogador saiu chutando o balde, dizendo-se “bravo”. Depois que todos notaram sobre o quê se referia seu sangue quente, tentou se retratar publicamente, provavelmente advertido no vestiário. Taison está recém começando sua carreira, mas ainda não ganhou praticamente nada no futebol e, mesmo que fosse um craque consagrado, deveria respeitar treinador, companheiros, enfim. Mas Taison é um bom menino. Talvez duas tampinhas resolvessem rapidinho essa questão, a qual já foi superada e não gerou crise.
Em outro exemplo, depois de duramente criticado por todos, Celso Roth parou de usar seu esquema maluco de 3-6-1, além de ter dado um tempo em diversas mudanças de esquema em meio às partidas. O Grêmio voltou a vencer e, dentro da maior normalidade, vai encaminhando sua classificação para os mata-matas do segundo turno do Gauchão.
Nos dois casos, Taison precisa se ajoelhar nas tampinhas e Roth muito provavelmente fez isso dias atrás. Assim, ambos aprendem as lições e quem ganha são os torcedores de Inter e Grêmio. Ruim mesmo ficaria para as tampinhas, que perderiam dois clientes.
Fico imaginando toda a cena: a criança cometia alguma desobediência como brigar com um colega, ofender um professor, quebrar alguma vidraça ou azucrinar dentro da sala e lá estavam as tampinhas esperando para a vingança.
Não sei se aquele tempo era bom, até por que não podemos dizer que “estacionar” os preciosos joelhos diante de duas poderosas tampas de garrafas possa ser considerado bom, mas a grande verdade é que quem passou por isso acabou trazendo a lição para o resto de sua vida e, possivelmente na época, ou parou de aprontar, ou aprontou menos. A intensidade da dor das marcas das tampas nos joelhos e a humilhação diante de todos é que iria medir isso.
A tendência é que Taison terá um futuro excelente no futebol. Porém, ele merecia ficar uns dez minutos ajoelhado em duas tampinhas de garrafas pela má atitude do último jogo do Inter. O jogador saiu chutando o balde, dizendo-se “bravo”. Depois que todos notaram sobre o quê se referia seu sangue quente, tentou se retratar publicamente, provavelmente advertido no vestiário. Taison está recém começando sua carreira, mas ainda não ganhou praticamente nada no futebol e, mesmo que fosse um craque consagrado, deveria respeitar treinador, companheiros, enfim. Mas Taison é um bom menino. Talvez duas tampinhas resolvessem rapidinho essa questão, a qual já foi superada e não gerou crise.
Em outro exemplo, depois de duramente criticado por todos, Celso Roth parou de usar seu esquema maluco de 3-6-1, além de ter dado um tempo em diversas mudanças de esquema em meio às partidas. O Grêmio voltou a vencer e, dentro da maior normalidade, vai encaminhando sua classificação para os mata-matas do segundo turno do Gauchão.
Nos dois casos, Taison precisa se ajoelhar nas tampinhas e Roth muito provavelmente fez isso dias atrás. Assim, ambos aprendem as lições e quem ganha são os torcedores de Inter e Grêmio. Ruim mesmo ficaria para as tampinhas, que perderiam dois clientes.
15 março 2009
Normal, deu Dupla
Há horas que o mesmo final de semana de Grêmio e Inter não era tão normal como foi este, pelo Gauchão.
O Grêmio, com time misto, venceu tranquilamente o fraco Sapucaiense e voltou a vencer na competição. O time fez o placar cedo e, depois, apenas tratou de administrar o resultado, causando até uns bocejos neste amigo que vos escreve. Aos poucos a "casa vai sendo arrumada" e o Tricolor começa a respirar ares mais leves.
Quanto ao Inter, o placar magro de 1 a 0 não condisse com o que realmente foi o jogo. Apesar da retranca do Inter-SM, o Colorado da Capital criou várias chances - principalmente depois da entrada de Giuliano - e só não goleou devido à excelente atuação do goleiro Goico.
Em resumo, um final de semana tranquilo para os grandes da Capital.
O Grêmio, com time misto, venceu tranquilamente o fraco Sapucaiense e voltou a vencer na competição. O time fez o placar cedo e, depois, apenas tratou de administrar o resultado, causando até uns bocejos neste amigo que vos escreve. Aos poucos a "casa vai sendo arrumada" e o Tricolor começa a respirar ares mais leves.
Quanto ao Inter, o placar magro de 1 a 0 não condisse com o que realmente foi o jogo. Apesar da retranca do Inter-SM, o Colorado da Capital criou várias chances - principalmente depois da entrada de Giuliano - e só não goleou devido à excelente atuação do goleiro Goico.
Em resumo, um final de semana tranquilo para os grandes da Capital.
12 março 2009
E Roth continua
Celso Roth já estava praticamente demitido do comando técnico do Grêmio. Esperava-se apenas uma derrota na Colômbia para que fosse oficializada tal demissão. Pressão externa e cobrança pesada somavam-se a tudo isso e, contrariando as previsões de muita gente, o time atuou muito bem e conquistou uma importantíssima vitória fora de casa pela Libertadores.
Mesmo com apenas duas rodadas, o tricolor começou a encaminhar sua classificação para a próxima fase da competição. A crise, pelo menos por enquanto, acabou sendo abafada e agora o clube precisa se recuperar no Gauchão, pois, mesmo que ele não seja prioridade, não se pode deixar a desejar tanto como vem acontecendo.
Libertadores e Gauchão. Com Roth, que continua.
(Foto: Globoesporte.com)
Clube do povo?
Para o jantar em comemoração ao seu centenário, o Inter está cobrando R$ 200,00 para sócios e R$ 250,00 para não-sócios. Essa atitude elitista foge totalmente das características de “clube do povo”.
É aceitável que seja um jantar marcante, mas o clube também precisa atender seu torcedor mais humilde, aquele que muitas vezes já deixou de comprar comida para ver o time jogar. O momento exige que se pense em todos e não apenas na minoria.
É aceitável que seja um jantar marcante, mas o clube também precisa atender seu torcedor mais humilde, aquele que muitas vezes já deixou de comprar comida para ver o time jogar. O momento exige que se pense em todos e não apenas na minoria.
Torcedores?
Aos gremistas que desejavam que o time perdesse para o Boyacá para que o treinador caísse, sinceramente acho que de gremista mesmo esses torcedores não têm muita coisa.
Uma derrota deixaria o time com pouquíssimas chances de se classificar na competição tão sonhada para a temporada. Agora, com a vitória, o time tem tudo para se classificar entre os melhores pontuadores da primeira fase e garantir seus jogos de volta nos mata-matas dentro de casa.
Chegou a hora de arrumar a casa.
Uma derrota deixaria o time com pouquíssimas chances de se classificar na competição tão sonhada para a temporada. Agora, com a vitória, o time tem tudo para se classificar entre os melhores pontuadores da primeira fase e garantir seus jogos de volta nos mata-matas dentro de casa.
Chegou a hora de arrumar a casa.
09 março 2009
A volta do Fenômeno
Mais uma vez, muitos estavam dando Ronaldo acabado para o futebol. E mais uma vez o jogador tentará mostrar o contrário.
As confusões fora de campo fizeram Ronaldo perder um pouco de seu enorme crédito. Mas a imensa maioria que o aposenta para o futebol sempre fica com um "pé atrás", jamais duvidando de sua capacidade.
O tempo passa para todo mundo, inclusive para Ronaldo. Mesmo ainda fora de seu peso ideal, o jogador mostrou a todos que não desaprendeu em fazer o que mais sabe na vida: fazer gols.
Como será desta vez, em mais um retorno do craque? A interrogação já está no ar. E a partir do gol deste domingo, contra o Palmeiras, vai ter muito comentarista que o consideravam "ex-jogador" revendo seus conceitos...
Foto: Globoesporte.com
05 março 2009
E a cinta "pegou"
Inverno de 1986. Um domingo frio, mas com aquele sol gostoso. E um dia assim, para uma criança como eu, jogar bola com os amigos era a melhor coisa a fazer, já que escurecia cedo e todos os segundos deveriam ser aproveitados em rolar uma bolinha com a turma.
Convidados por amigos um pouco mais velhos, nossa turma entrou em um ônibus que levava a um município vizinho. Lá, eles jogariam contra o time local. Na ânsia por ver nossos amigos jogar, não pensamos duas vezes e nos bandeamos juntos.
Mesmo sem nenhum trocado no bolso, mas esquecendo de tudo por causa do futebol, passamos a tarde no município vizinho. Assistimos ao jogo de nossos amigos e, em seguida, a partida do time adulto. Já era noite quando saímos de lá, rumando de volta para casa, completamente inocentes por não termos pedido autorizações de nossos pais, mas realizados.
Chegando em casa, como vocês já podem estar prevendo, “a cinta pegou”. Tive que assumir pelo ato completamente impulsivo de ter entrado naquele ônibus. E a lição marcou demais para mim, já que a merecida surra e um castigo de alguns dias sem sair de casa fizeram com que eu aprendesse que na vida, após erros grosseiros, seria tolice repeti-los.
Celso Roth usou o esquema 3-6-1 no Gre-Nal de Erechim e, mesmo que o Grêmio tenha jogado melhor, foi derrotado. Mudou para o 3-5-2 diante dos chilenos, pela Libertadores, empatou, mas criou inúmeras situações de gol. No Gre-Nal do último domingo, quando todos (inclusive os próprios jogadores) imaginavam que a ideia de dois atacantes seria mantida, o treinador simplesmente voltou a usar o esquema fracassado, seu time chutou uma única bola em gol durante todo o jogo e sua convicção outra vez foi “engolida” pelo Inter de Tite.
O treinador gremista poderia aprender com os erros, assim como uma criança que tomou uma merecida surra por seu ato incorreto e que não voltou a errar da mesma maneira. Como sabemos, errar é humano, mas insistir no erro é “testar a inteligência”, se é que vocês me entendem...
Convidados por amigos um pouco mais velhos, nossa turma entrou em um ônibus que levava a um município vizinho. Lá, eles jogariam contra o time local. Na ânsia por ver nossos amigos jogar, não pensamos duas vezes e nos bandeamos juntos.
Mesmo sem nenhum trocado no bolso, mas esquecendo de tudo por causa do futebol, passamos a tarde no município vizinho. Assistimos ao jogo de nossos amigos e, em seguida, a partida do time adulto. Já era noite quando saímos de lá, rumando de volta para casa, completamente inocentes por não termos pedido autorizações de nossos pais, mas realizados.
Chegando em casa, como vocês já podem estar prevendo, “a cinta pegou”. Tive que assumir pelo ato completamente impulsivo de ter entrado naquele ônibus. E a lição marcou demais para mim, já que a merecida surra e um castigo de alguns dias sem sair de casa fizeram com que eu aprendesse que na vida, após erros grosseiros, seria tolice repeti-los.
Celso Roth usou o esquema 3-6-1 no Gre-Nal de Erechim e, mesmo que o Grêmio tenha jogado melhor, foi derrotado. Mudou para o 3-5-2 diante dos chilenos, pela Libertadores, empatou, mas criou inúmeras situações de gol. No Gre-Nal do último domingo, quando todos (inclusive os próprios jogadores) imaginavam que a ideia de dois atacantes seria mantida, o treinador simplesmente voltou a usar o esquema fracassado, seu time chutou uma única bola em gol durante todo o jogo e sua convicção outra vez foi “engolida” pelo Inter de Tite.
O treinador gremista poderia aprender com os erros, assim como uma criança que tomou uma merecida surra por seu ato incorreto e que não voltou a errar da mesma maneira. Como sabemos, errar é humano, mas insistir no erro é “testar a inteligência”, se é que vocês me entendem...
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