Inverno de 1986. Um domingo frio, mas com aquele sol gostoso. E um dia assim, para uma criança como eu, jogar bola com os amigos era a melhor coisa a fazer, já que escurecia cedo e todos os segundos deveriam ser aproveitados em rolar uma bolinha com a turma.
Convidados por amigos um pouco mais velhos, nossa turma entrou em um ônibus que levava a um município vizinho. Lá, eles jogariam contra o time local. Na ânsia por ver nossos amigos jogar, não pensamos duas vezes e nos bandeamos juntos.
Mesmo sem nenhum trocado no bolso, mas esquecendo de tudo por causa do futebol, passamos a tarde no município vizinho. Assistimos ao jogo de nossos amigos e, em seguida, a partida do time adulto. Já era noite quando saímos de lá, rumando de volta para casa, completamente inocentes por não termos pedido autorizações de nossos pais, mas realizados.
Chegando em casa, como vocês já podem estar prevendo, “a cinta pegou”. Tive que assumir pelo ato completamente impulsivo de ter entrado naquele ônibus. E a lição marcou demais para mim, já que a merecida surra e um castigo de alguns dias sem sair de casa fizeram com que eu aprendesse que na vida, após erros grosseiros, seria tolice repeti-los.
Celso Roth usou o esquema 3-6-1 no Gre-Nal de Erechim e, mesmo que o Grêmio tenha jogado melhor, foi derrotado. Mudou para o 3-5-2 diante dos chilenos, pela Libertadores, empatou, mas criou inúmeras situações de gol. No Gre-Nal do último domingo, quando todos (inclusive os próprios jogadores) imaginavam que a ideia de dois atacantes seria mantida, o treinador simplesmente voltou a usar o esquema fracassado, seu time chutou uma única bola em gol durante todo o jogo e sua convicção outra vez foi “engolida” pelo Inter de Tite.
O treinador gremista poderia aprender com os erros, assim como uma criança que tomou uma merecida surra por seu ato incorreto e que não voltou a errar da mesma maneira. Como sabemos, errar é humano, mas insistir no erro é “testar a inteligência”, se é que vocês me entendem...
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