Pelo menos uma única vez na vida você já teve vontade de pegar um amigo ou parente pelo pescoço por estar sendo zoado quando seu time perdeu e/ou o dele venceu. Estou falando de um jogo. Quem dera estar falando sobre um título. Seu amigo ou parente também tiveram essa mesma vontade quando a situação se inverteu. Menos mal que vocês são pessoas conscientes de seus atos e tudo não passou de um momento de raiva ou, digamos, daquele pensamento de que “teria volta” a questão da zoada.
Nesta semana uma importante pessoa ligada à história do futebol gaúcho nos deixou. Perdemos Arthur Dallegrave, símbolo colorado de tantas glórias, pessoa que esteve presente nas conquistas mais importantes da vida do clube.
Antes de sua morte, no domingo, duas facções de uma torcida organizada do Grêmio se enfrentaram nas imediações do Olímpico e dois torcedores acabaram baleados por animais que deveriam ser banidos da sociedade.
Por favor, amigos, não se zanguem por estar sendo citado um exemplo bonito do Inter e um péssimo do Grêmio. Até por que dirigentes bons e históricos o Tricolor também tem, ao mesmo tempo em que o Colorado igualmente possui torcedores arruaceiros e sem escrúpulo algum.
Atualmente, baderneiros mancham o futebol com ameaças a dirigentes e jogadores, invadem treinos e, acobertados pela impunidade, brigam e matam. Antigamente fatos assim nem sequer eram cogitados e ficava tudo numa sadia “flauta” entre dirigentes, os quais sabiam promover jogos de forma clássica e divertida, como Arthur Dallegrave e tantos outros.
É uma pena que a violência e a luta desesperada por “benefícios” estejam distorcendo a maneira de torcer dentro dos estádios. Famílias acabam ficando “presas” na segurança do lar vendo uma partida pela televisão, enquanto que os que deveriam estar enjaulados ficam livres para tratar combates mortais pela internet e, se o plano for perfeito, matam pessoas da forma mais natural possível, usando o ato selvagem como uma diversão.
Arthur Dallegrave nos deixou um exemplo de pessoa, de dirigente e de caráter. E que esse exemplo sirva para que os imbecis que se julgam torcedores possam se conscientizar que por trás de um torcedor rival (do próprio clube, por incrível que pareça) exista um pai, um irmão, um marido, enfim, uma família.
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