27 novembro 2008

Volta por cima

Consistente em todos os setores há vários jogos, finalmente o Inter engrenou. Contestado por não dar um equilíbrio tático ao time durante o Brasileirão, Tite pediu tempo para trabalhar e o grupo acabou respondendo de forma positiva neste final de temporada.

O clube está há um passo de conquistar um título inédito não apenas para si, mas para o futebol brasileiro, e boa parte desse mérito deve ser dado ao treinador. Importante salientar que ainda falta uma partida e, apesar da conquista estar perto e o adversário não conseguir mostrar algo a mais do que sua tradicional garra, ainda não acabou.

Foto: Zerohora.com

Dá-lhe, gauchada!

O futebol sul-americano possui três competições de clubes organizadas pela Conmebol: Libertadores, Copa Sul-Americana e a Recopa.

Caso o Grêmio conquiste uma vaga à Libertadores e o Inter confirme o título da Sul-Americana na próxima quarta (situações muito prováveis de acontecer), teremos os gaúchos jogando todas as competições de clubes do continente em 2009, já que o Inter, ganhando o título, terá direito à disputar a Recopa, além de já estar garantido na próxima Sul-Americana.

Dá-lhe, gauchada!

Com méritos

O Inter está sendo impecável nesta Copa Sul-Americana. Valorizando a competição e manendo o foco do início ao fim, está se impondo taticamente de forma perfeita e, com todos os méritos, coloca uma mão na taça após a maiúscula vitória da última quarta, quando se sobressaiu com um homem a menos por dois terços do jogo diante do Estudiantes, o qual não perdia há 43 jogos dentro de sua casa.

É hora de manter a concentração, já que falta pouco para a conquista e, para um time que foi excelente até agora, basta seguir essa linha dentro do Beira-Rio, que estará lotado.

Cheiro de título inédito e invicto, o qual, se vier, será mais do que merecido.

Foto: Zerohora.com

Dinheirinho contado

Você é daqueles que guarda dinheiro o ano todo para poder torrar tudinho no veraneio, quando planeja uma viagem? Caso sim, estamos no mesmo barco. O orçamento de cada mês fica no limite e nos resta economizar um pouco aqui, tirar uma coisinha ali e, obviamente de forma organizada, fazer sobrar um pouco para poder curtir alguns dias de descanso com a família em outros ares.

Digamos que você tenha decidido ir ao litoral com o dinheiro rigorosamente contado. Você acaba usando ele para comprar alimentos e/ou produtos primários para poder aproveitar seus dias de férias. Mas, como sabemos, sair à noite é regra, não é mesmo? As noturnas caminhadas à beira das vitrines se misturam a suspiros. Tênis e roupas de marcas famosas já começam a ficar descartadas, já que você não pode gastar nada a mais do que aquele dinheiro devidamente programado.

Claro que nem tudo é ficar apenas na vontade. Afinal, você está aproveitando belos e merecidos dias de folga, se divertindo, relaxando e conseguindo aliviar a cuca por um tempo. E mesmo que a grana esteja sendo utilizada no limite, o importante é que você consiga atingir o objetivo de sair e descansar. Podem não ser as melhores férias do mundo, sem poder comprar tudo o que você quer, mas as economias são utilizadas para seu lazer exatamente como planejado durante meses.

Assim está sendo o Brasileirão do Grêmio, que usou suas “economias” no limite, formou um time com os recursos que pôde, planejou ficar bem classificado e, mesmo que o título possa ser obtido somente com vários milagres ao mesmo tempo, está praticamente garantido na Libertadores de 2009, algo impensável antes que o atual campeonato começasse. Poderia ter sido o Brasileirão dos sonhos, mas o time chegou no limite máximo em tudo: parte física, técnica e dinheiro para contratações e salários.

De modo geral, os gremistas têm que comemorar como positiva sua trajetória no Brasileirão. O frustrante foi o fato de ter sido criada uma expectativa, a qual crescia a cada rodada, e ter sucumbido quando o time dependia apenas de si para chegar à glória.

20 novembro 2008

Exemplo aos imbecis

Pelo menos uma única vez na vida você já teve vontade de pegar um amigo ou parente pelo pescoço por estar sendo zoado quando seu time perdeu e/ou o dele venceu. Estou falando de um jogo. Quem dera estar falando sobre um título. Seu amigo ou parente também tiveram essa mesma vontade quando a situação se inverteu. Menos mal que vocês são pessoas conscientes de seus atos e tudo não passou de um momento de raiva ou, digamos, daquele pensamento de que “teria volta” a questão da zoada.

Nesta semana uma importante pessoa ligada à história do futebol gaúcho nos deixou. Perdemos Arthur Dallegrave, símbolo colorado de tantas glórias, pessoa que esteve presente nas conquistas mais importantes da vida do clube.

Antes de sua morte, no domingo, duas facções de uma torcida organizada do Grêmio se enfrentaram nas imediações do Olímpico e dois torcedores acabaram baleados por animais que deveriam ser banidos da sociedade.

Por favor, amigos, não se zanguem por estar sendo citado um exemplo bonito do Inter e um péssimo do Grêmio. Até por que dirigentes bons e históricos o Tricolor também tem, ao mesmo tempo em que o Colorado igualmente possui torcedores arruaceiros e sem escrúpulo algum.

Atualmente, baderneiros mancham o futebol com ameaças a dirigentes e jogadores, invadem treinos e, acobertados pela impunidade, brigam e matam. Antigamente fatos assim nem sequer eram cogitados e ficava tudo numa sadia “flauta” entre dirigentes, os quais sabiam promover jogos de forma clássica e divertida, como Arthur Dallegrave e tantos outros.

É uma pena que a violência e a luta desesperada por “benefícios” estejam distorcendo a maneira de torcer dentro dos estádios. Famílias acabam ficando “presas” na segurança do lar vendo uma partida pela televisão, enquanto que os que deveriam estar enjaulados ficam livres para tratar combates mortais pela internet e, se o plano for perfeito, matam pessoas da forma mais natural possível, usando o ato selvagem como uma diversão.

Arthur Dallegrave nos deixou um exemplo de pessoa, de dirigente e de caráter. E que esse exemplo sirva para que os imbecis que se julgam torcedores possam se conscientizar que por trás de um torcedor rival (do próprio clube, por incrível que pareça) exista um pai, um irmão, um marido, enfim, uma família.

13 novembro 2008

Dezembro vem aí

Estamos entrando na segunda quinzena de novembro e o mês de dezembro já aparece ali adiante, nos esperando de braços abertos. Adoro o mês de dezembro. Nosso “mês doze” apresenta um ambiente de vida, de luz, de novidades.

Dezembro é recheado de alegria, muito motivado pela expectativa do Natal. É época das pessoas saírem às ruas nas noites quentes, passear nas praças, andar de bicicleta, visitar e fazer compras no comércio em geral, o qual fica aberto até mais tarde. E para quem gosta, como no meu caso, dezembro é o mês para consumir muito sorvete.

Mas como tudo tem seu lado negativo, dezembro é um mês que ficamos sem futebol aqui no Brasil. É sufocante ter que ficar mais de trinta dias esperando o futebol brasileiro voltar à ativa.

Só que antes de dezembro ser o mês de despedida de cada temporada do futebol brasileiro, ele chega de sola em termos de emoção. Dezembro nos remete a fortes e intensivas cargas de adrenalina. E nosso próximo dezembro deverá ter cargas extras disso tudo em apenas uma semana.

O Inter, que praticamente garantiu vaga à final da Copa Sul-Americana, jogará no dia 03 de dezembro o jogo decisivo desta competição dentro de um Beira-Rio entupido. Quatro dias mais tarde, no dia 07, o Grêmio, dentro de um Olímpico entupido, poderá estar disputando a última rodada do Brasileirão com ótimas possibilidades de ser campeão, já que o clube ressurgiu após a excelente vitória contra o Palmeiras no domingo passado.

Época do ano em que tudo se mistura, dezembro vem aí. Você poderá tirar suas férias, viajar, andar de bicicleta, tomar sorvete, sair caminhar à noite, fazer suas compras de Natal, entre outras atividades. Antes, porém, poderá acelerar seu coração com a forte possibilidade de seu time ser campeão. Nacional ou continental, é claro.

Juntos outra vez?

Se realmente se confirmar a informação que anda circulando de que o campeão da Copa Sul-Americana poderá entrar na pré-Libertadores no próximo ano, o Inter tem que ignorar a imensa reprovação da mídia sobre a mudança de regulamento durante a competição (a qual também reprovo) e apenas se preocupar em tentar vencer mais do que nunca essa competição.

Enquanto isso, após vencer o Palmeiras, o Grêmio fica com ótimas possibilidades e depende apenas de si para também chegar à próxima Libertadores.

Poderemos ter um 2009 com os dois times gaúchos novamente juntos na maior competição de nosso continente.

09 novembro 2008

Vitória e esperança

Incontestável. Essa palavra resume a vitória do Grêmio diante do Palmeiras.

Foi melhor durante todo o tempo, anulou o ataque do time paulista com um sistema de marcação extremamente eficiente e soube tirar proveito da pressão que tinha o Palmeiras para vencer o jogo.

O título segue difícil, mas o resultado deste domingo - muito improvável na opinião de muitos, inclusive de minha parte - deixa o clube vivíssimo na busca do título e com a vaga para a próxima Libertadores praticamente garantida. Basta que o grupo faça sua parte com eficiência.

Rivalidade reativada

Palmeiras e Grêmio fizeram grandes duelos nos anos 90.

Quem esquece da Libertadores de 1995, quando o Tricolor venceu em Porto Alegre o jogo de ida das quartas-de-final por 5 a 0, vindo a perder em São Paulo por 5 a 1 e garantir vaga às semifinais?

Em 1996 o Palmeiras venceu o Grêmio no Palestra Itália pela Copa do Brasil pelo placar de 3 a 1 e, no Olímpico, o time paulista garantiu classificação após ser derrotado por 2 a 1. Detalhe: muita confusão após um gol gaúcho ter sido anulado nos descontos...

Daqui a pouco, mais um confronto decisivo, desta vez pelo Brasileirão. A vitória, seja para o lado que for, credenciará ao "felizardo" a chance de lutar pelo título, enquanto que o perdedor praticamente ficará com remotas chances de levantar o caneco, assim como o empate, que deixará ambos em modestíssimas condições de ser campeão, apesar da viva chance de vaga à Libertadores do ano que vem.

Está se reativando mais um capítulo dessa quente rivalidade...

07 novembro 2008

Quem é o Chivas Guadalajara?

Saiba um pouco mais sobre o próximo adversário do Inter na Copa Sul-Americana.

O Guadalajara joga na Primera División de México, é a equipe mais popular do país e um dos mais bem sucedidos times do México.

O nome Chivas é devido a um cabrito montês bastante comum no México e que é conhecido por ser muito arisco e selvagem. Os torcedores e adeptos do Chivas Guadalajara imediatamente o adotaram como mascote.

Seu principal rival é o América, também com grande torcida, e seus encontros são considerados os grandes clássicos do país.

Na Copa Libertadores da América, foi por duas vezes semi-finalista da competição, em 2005, 2006. Terminou nos dois anos em 4º lugar.

Curiosidades

O Chivas Guadalajara foi o primeiro vencedor da Copa dos Campeões da CONCACAF, competição que começou a ser disputada em 1962.

Segundo o que está escrito em seu site oficial, o Chivas Guadalajara é a primeira e, até agora, única equipe de futebol do mundo a ter uma filial em outro país [1].
O clube tem mais duas filiais no México: O Tapatio e o Chivas La Piedad.

O Chivas Guadalajara tem como tradição só aceitar jogadores mexicanos em sua equipe.

Fonte de texto: Wikipédia
Fonte de escudo: Site Distintivos

O assunto da semana (em charge)


Créditos para João Tiago G. Picoli (Trivela)

06 novembro 2008

Resultado histórico


Apesar de o Boca Juniors ter atuado com time misto, a vitória colorada na quinta-feira tem que ser enaltecida. O Inter venceu um adversário aguerrido, dentro de um estádio com uma torcida que influencia diretamente no fator psicológico dos adversários, sendo que talvez no mundo do futebol não haja tanta pressão como na Bombonera.

Aprendida a lição após as duas goleadas anteriores, o Colorado se mostra candidato ao título da Copa Sul-Americana. Mas é bom lembrar que ainda restam quatro difíceis partidas a serem jogadas e a humildade deve prevalecer acima de qualquer coisa.

PREPARAÇÃO

Mesmo que o foco seja a Copa Sul-Americana, o Inter deve utilizar o Brasileirão com o que tiver de melhor para preparar o grupo às semifinais da competição continental, obviamente usando quem estiver em condições físicas ideais para poder jogar. Um possível título nesta competição – inédito, diga-se de passagem – não apagará a fraca campanha no campeonato nacional, mas amenizará a frustração do torcedor por não poder ter obtido vaga para a Libertadores do próximo ano.

Foto: Zero Hora

Quando a lógica engana

Reza a lenda que antigamente um jogador amador chamado Netinho tinha uma especialidade vista em poucos jogadores profissionais nos dias de hoje: cobranças perfeitas de faltas. Toda a falta que houvesse, Netinho fazia gol. Ninguém testemunhou uma só vez em que nas cobranças perigosas de falta Netinho errasse o chute. Falta perto da área, bola no centro. Era gol certo. Batata.

Um dia, numa final de campeonato amador, a partida estava empatada em zero a zero e houve uma falta perto da meia-lua a favor do time de Netinho. O jogo já estava nos descontos e aquela cobrança poderia decidir o campeonato. Os adversários enlouqueceram com o árbitro, o que de nada adiantou. A infração estava marcada e pronto.

Após alguns minutos de reclamações, finalmente a cobrança foi autorizada. No estádio, que estava lotado, poderia ser ouvida uma tosse, tamanho silêncio e apreensão do público presente. Netinho partiu para a cobrança e... Chutou por cima do travessão! Todos ficaram incrédulos, inclusive os adversários, os quais ao mesmo tempo comemoravam o fato de que o temido Netinho tivesse errado uma cobrança de falta pela primeira vez em sua vida.

Mas o inusitado aconteceu. O árbitro apontou para o centro de campo, confirmando um gol que todos viram que não ocorreu. Interrogado ferozmente por toda a equipe prejudicada, disse: “Marquei o gol por que Netinho jamais erraria uma cobrança de falta como essa”.

O árbitro deveria ter se convencido de que às vezes a lógica pode não acontecer, principalmente se o assunto for futebol. Assim como o chute de Netinho que não entrou, a campanha do Grêmio no Brasileirão fugia (e ainda foge) do normal. Dei razão a Celso Roth quando ele disse que “para um time que deveria brigar para não cair na opinião de muitos, até que está muito bom”. Porém, para quem atingiu o topo da tabela na grande maioria das rodadas e despontou como possível campeão, uma declaração como essa não justifica em hipótese alguma a queda de rendimento na hora em que isso menos poderia ocorrer.

A posição do Grêmio ainda é boa, mas perigosa até mesmo em termos de vaga para a Libertadores, algo que estava tranqüilo até pouco tempo atrás. Enquanto isso, o São Paulo, que cresceu no momento certo, dificilmente deixará escapar o título do Brasileirão. Seria uma espécie de “manifestação da lógica”. Como a certeza de gols quando Netinho cobrava faltas.

30 outubro 2008

Indefinição total

O Grêmio precisa obrigatoriamente fazer seu dever de casa contra o Figueirense, neste domingo.

Fora de casa o Cruzeiro enfrenta o Goiás, enquanto que o Palmeiras visitará o Santos, jogos que na teoria (leiam bem, na teoria) ambos podem não vencer.

O Flamengo, três pontos a menos que os líderes, joga no Rio de Janeiro contra a Portuguesa e tem grandes chances de somar três pontos.

Entretanto, o São Paulo candidata-se oficialmente ao título e hoje é o maior concorrente do Grêmio.

Indefinição total.

Quem ajuda quem?

A semana está sendo de intensos comentários sobre uma questão: O Inter deve entregar o jogo para o São Paulo neste domingo, objetivando prejudicar o Grêmio na reta final do Brasileirão? Foram pesquisas interativas em sites na internet, em duas grandes rádios de Porto Alegre nos mais diversos programas esportivos delas, enfim.

Sinceramente acho uma grande besteira um fato desse tipo ter sido tão relevante assim por uma semana inteira. Em primeiro lugar, o São Paulo luta com todas as forças pelo título e, jogando em casa, nada mais natural um esforço para tentar somar pontos e chegar à meta. Além disso, enfrentará um Inter de desempenho ridículo na competição atuando fora de casa, o qual em seguida enfrentará o Boca Juniors na Bombonera, brigando por vaga às semifinais da Copa Sul Americana.

Outro fato que poucos comentaram, mas que é o mais óbvio de todos: para quê o Grêmio necessitaria de ajuda do maior rival se o clube depende unicamente de si para poder ser campeão? Mesmo estando junto com o São Paulo hoje, ainda tem a liderança pelo número de vitórias. Se o Grêmio tropeçar e não conseguir o título a culpa será exclusivamente do próprio grupo e não por motivo de este ou aquele não ter vencido seu concorrente direto.

Grêmio e Inter, mesmo sendo em competições diferentes, possuem a mesma tarefa, que é depender apenas de suas forças para serem campeões. O Grêmio, do Brasileirão, o Inter da Copa Sul Americana, que foi o que sobrou. O resto é coisa da imprensa, que usa sua criatividade para promover a eternamente e ardente rivalidade.

Eletrizante

Em uma rodada tudo dá certo para um clube, na rodada seguinte tudo ocorre perfeito para outro e assim segue o Brasileirão.

A tendência será chegarmos à última rodada com a competição completamente eletrizante, principalmente na disputa do título.

Que todos estejam bem preparados, tanto torcedores como secadores.

Tudo errado

De que adiantam treinos fechados se na partida o time sofre gol com quatorze segundos? Por que iniciar o jogo no esquema 3-6-1 e na metade do primeiro tempo, por motivo de lesão, mudar para o 4-4-2, sendo que até o momento o clube é líder da competição tendo jogado na grande maioria das vezes em um competente 3-5-2?

Algumas perguntas básicas que podem ser feitas após uma quarta-feira onde tudo deu errado para o Grêmio diante do Cruzeiro.

Na real

Espera-se que todos no Inter tenham caído na real e estejam cientes de que não há mais nada a fazer no Brasileirão.

Após o frustrante empate diante do Náutico, o clube tem que direcionar seu foco exclusivamente na Copa Sul Americana, importando-se apenas consigo mesmo, independente se isso beneficiará ou prejudicará esse ou aquele time na competição nacional.

Ser campeão da Sul Americana é só o que deve interessar.

23 outubro 2008

Suposições

Em sociedade com um amigo, jogo na Dupla Sena um cartão que comporta três apostas e nunca mudamos os números. O coitado do cartão já está todo amassado, judiado, dobrado. Mas está ali, firme e forte, esperando um dia nos dar uma tremenda alegria.

Dias atrás, das seis dezenas que apostamos, cinco delas foram sorteadas. Mas foram sorteadas na Mega-Sena, loteria que não fizemos a aposta. Se a aposta fosse realizada na Mega Sena, teríamos ganhado cerca de R$ 11 mil. Mas como o “se” nunca nos remete a algo concreto, ficamos sem os “trocados” e mal humorados. Se você não acredita, ainda tenho os cartões para provar.

“Se” tivesse acontecido isso, “se” tivesse acontecido aquilo... Algumas vezes ficamos na dependência de fatores do acaso, sem observar se poderíamos ter feito algo para que as coisas pudessem acontecer de maneira diferente. Noto colorados lamentando o péssimo primeiro turno do time, dizendo que “se” o time tivesse vencido Figueirense, Santos e Sport jogando no Beira-Rio, estaria hoje no G4. Dos nove pontos que poderia ter feito ali, somou apenas dois. Algo parecido acontece com o Grêmio. “Se” o time tivesse conseguido manter o aproveitamento do primeiro turno, já estaria com uma mão na taça. “Se” não tivesse ocorrido o problema de Celso Roth com a Polícia Federal e “se” a política interna não tivesse interferido, o clube poderia estar mais distante dos demais. Menos mal que segue na liderança.

Muitas situações que contribuem (ou prejudicam) estão ligadas aos rumos que são dados para as mesmas, seja no futebol, seja na vida. “Se” o Inter tivesse se preparado psicologicamente para não ser o vencedor da Copa do Brasil, talvez tivesse realizado um bom primeiro turno no Brasileirão. “Se” o foco do Tricolor não tivesse mudado de direção nos últimos dias, o clube poderia ter se distanciado de sua concorrência na disputa pelo título. Assim como a nossa aposta, “se” tivéssemos feito na Mega e não na Dupla Sena...

16 outubro 2008

Raiva histórica

No distante 1835, quando nos destacávamos na economia interna através de diversos produtos, entre eles o couro e o charque, “o povo lá de cima” conseguiu tirar nossos ancestrais do sério oferecendo vários benefícios ao charque estrangeiro, o qual ficou com um custo inferior ao nosso, originando uma revolta interna muito grande, fato que deu início à Revolução Farroupilha. Em 1836 foi proclamada a República Rio-Grandense, quando foi tentado a todo o custo o separatismo do Brasil. Ah, se eles tivessem conseguido...

Por que o “povo lá de cima” tem tanta raiva de gaúcho? O que fizemos de mal para sermos tão massacrados por suas leis, as quais deveriam ser iguais para todos, mas até mesmo um poste sabe que isso não ocorre?

Historicamente sempre foi assim. Eles nos vêem como inferiores e ai de nós se tentarmos nos sobressair em qualquer área que seja. Lá estará alguém pronto para acabar com nossa alegria, puxar nosso tapete, não permitindo que estufemos o peito para dizer que somos destaques. Para eles, temos que estar sempre abaixo e não há discussão.

Há momentos que me pergunto sobre o fato de termos títulos de expressão como três Libertadores, cinco Brasileirões, dois Mundiais e por aí vai... Quem será que foi o incompetente “lá de cima” que deixou isso acontecer? Será que essa pessoa foi à forca, guilhotina ou algo parecido por ter permitido que conseguíssemos chegar aonde eles jamais imaginavam que um dia chegaríamos?

É inevitável a comparação. Em 2005 o Inter foi escandalosamente furtado e o que vimos foi apenas uma indignação geral, aquela que fica somente no sentimento e não na prática. Agora aconteceu com o Grêmio, novamente de forma covarde e suja. Para eles, não temos direito de ser felizes. Eles devem se perguntar sobre como temos a petulância e o atrevimento em querer ganhar? Eles acham que uma vaga para a Libertadores – sem o título anexado – nos contenta e que no máximo é assim que deve ser.

O Grêmio entrou com recurso, o qual foi acatado. Entretanto, é bom ficarmos de olho nas próximas arbitragens, pois ali ainda pode acontecer alguma coisa. Dois fatos, porém, são irreversíveis. O primeiro, de que a insinuação de armação já se espalhou e a repercussão foi a pior possível, diminuindo a credibilidade do STJD, se é que ela ainda existe. O segundo, de que a cada dia que passa, apesar de toda essa raiva histórica, é um orgulho ainda maior poder dizer que somos gaúchos.